quarta-feira, 30 de março de 2011

A nova escolinha

No ano em que iria completar seis aninhos, para fazer o prezinho, meus pais me matricularam em uma nova escolinha, tradicional, carésima e que só aceitava meninas. Em parte graças a isto, enfrentei na infância meio que um complexo de inferioridade e pelo resto da vida uma inabilidade em lidar com o sexo oposto. Obrigada!

quarta-feira, 23 de março de 2011

O anel de lua e estrela

Era pequena e fui brincar no apartamento da vizinha, um aninho mais nova. Estava usando um anel infantil de metal com uma lua e uma estrela, que sonhei em ganhar pois amava aneizinhos e principalmente, as figuras de lua e estrela. Como estava feliz!! A mãe da menina saiu do apartamento e nos deixou com o pai. Brincando sozinhas no quarto, não me lembro como aconteceu, meu anel raspou na mão da menina e fez um cortinho. Ela foi contar ao pai, ele veio e me deu um grande beliscão. A mãe da menina me encontrou quase doente deitada no chão frio da cozinha. Perguntou o que aconteceu, não lembro se contei. Pelo que me conheço daquela época, não contei nada para ninguém. Ela me devolveu à minha mãe, e tudo ficou por isso mesmo.    


sábado, 19 de março de 2011

Parabéns para mim

Aí chegou o dia do meu aniversário, minha mãe na classe organizando a mesa com o bolo e etc. Quando começaram a cantar parabéns, levei um susto do nada: aquela cambada de gente, crianças e adultos, pelas quais eu não tinha a menor simpatia, olhando para mim e cantando, um barulho horroroso, que terror!! Não sei por que, detestei aquilo. Me escondi inteira atrás do coxão da minha mãe e a partir daí foram pouquíssimos os 'parabéns para você' que me deram alguma alegria.


quarta-feira, 16 de março de 2011

O tchauzinho

Na escolinha, horário de recreio para nossa turma. Eu e minha melhor amiguinha estávamos dando voltas pela escola. Devíamos ter algo entre 4 e meio e 5 aninhos. Passamos em frente à classe do maternalzinho, que era numa casinha anexa, e tinha uma janela voltada para o jardim do recreio bem baixa e larga. As crianças estavam na classe fazendo atividades com a tia, na maior bagunça. Paramos ali e falei para minha amiguinha: olha lá meu irmãozinho!!! Eu estava bem feliz! Acenamos para ele, dando tchauzinho. Não durou cinco segundos aquela felicidade - a super bem preparada professorinha histérica grita lá de dentro: SAAAIAM DAQUIII !!! VOCÊS ESTÃO ATRAPALHAAANDO !!! 


domingo, 13 de março de 2011

A doce rosa

Alguma criança estava fazendo aniversário, a mãe levou bolo e outros itens de festa. Os bolos naquela época não eram como estes que tem agora, não. Tinham por fora uma camada de glacê branco mole, quando no muito colorido com anilina e aplicado com aquele bico de confeiteiro, formando padrões limitados e de gosto duvidoso; acho que é isso, nunca entendi muito de culinária. Só que, no bolo daquele dia, havia uma rosa cor de rosa (sorry) de glacê, maravilhosa, muito bem feita, até com folhinhas verdes em volta. Que gosto teria aquela preciosidade? Eu passava o dia sonhando com balas e doces, lindos, coloridos e gostosos, comê-los em momentos únicos de felicidade naquela infância cinza de medo e aquela rosa me encantou e alegrou meu dia. Depois da cantoria, distribuíram o bolo, a classe ficou cheia e uma bagunça com a festa. Eu olhei o bolo e só restava um quarto dele, mas a rosa ainda estava lá. Então falei para minha melhor amiguinha: pede a rosa para a tia? Ela pediu, a tia pôs a rosa no pratinho dela e ela a comeu todinha.   


sábado, 12 de março de 2011

O dia das crianças

Na escolinha cara e patética com nome de ave, no horário do recreio, os meninos do jardim 1 e 2 brincavam de "rodar pneu". Pelo que li, era brincadeira comum na época e inclusive deve figurar com frequência naqueles posts e emails mentirosos sobre como "era legal ser criança nos anos 60, 70 e 80" (ha ha ha). Ou jogavam bola ali do jeito que uma criança de 4 ou 5 anos consegue jogar. As meninas não rodavam pneu nem jogavam bola pois era coisa de menino, não ficava bem e como já escrevi, evitavam com enorme pavor "coisas de menino" e as cores ditas masculinas. Aí um belo dia formaram uma fila com todos, para cada um receber da escola o "presente" do Dia das Crianças. Eba! Decepção. O presente da escola: uma bola de plástico duro de uns 10, 15 cm de diâmetro entregue com toda a má vontade e falta de tato do mundo. Chega minha vez: recebo, das mãos da vaca que estava distribuíndo os brinquedos, uma bola branca e azul. 


O gira-gira

Na escolinha, os débeis pintaram o gira-gira de branco e azul pois tudo naquele triste jardim tinha de ser branco e azul. Então, os assentos do gira gira eram assim, um azul, um branco, um azul, um branco. Havia uma menina de maior tamanho, não sei se de minha classe, que fazia bulliyng, chamada Luciana, que era muito feia, coitada, me lembra um personagem de desenho animado, talvez o inspetor da pantera cor de rosa, com o narigão, os olhos semi cerrados e a expressão de "nada" na cara. A "regra" entre os alunos era que menina não podia sentar no azul, senão era chamada de menino e acredito que menino não podia sentar no branco pois seria chamado de menininha. Eu estava tranquila no meu assento branco, e a menina que fazia bullying também. Acho que ela resolver dar uma saídinha para ir ao banheiro e avisou para ninguém pegar o assento dela. Uma menina foi lá e pegou. Quando a feiosa voltou perguntou: quem pegou meu lugar? A ladrinha mau caráter apontou para mim: foi a Málori. A feiosa então veio para cima e chutou, chutou trocentas vezes minhas costas. Eu nunca revidava nada na vida: tinha medo, e além disso, pena das pessoas. Me restou sair do gira-gira e seguir cambaleando e chorando em direção a uma das tias, que no entando, por já estar consolando outra criança chorosa, falou para mim: AH, SAI DAQUI,  já estou com a fulana.  


Primeiro dia do resto

Acredito que minha recordação mais antiga de vida seja meu primeiro dia na escolinha dispendiosa de professorinhas inexperientes e estúpidas. Vestidinha com uniforme fofinho, branco listradinho de azul, parecendo a marinheirinha, aos quase 3 anos minha mãe me deixou na porta, com uma professora, acho eu, e partiu para sua jornada de 11 horas na rua em função do trabalho. Eu chorava muito, foi um dia muito triste, e a partir daí acabou que esta tristeza nunca mais foi embora de minha vida, como uma marca feita a ferro em brasa...  

quinta-feira, 10 de março de 2011

Nascimento

Chuva

Os dias regidos pelo signo de Chuva estão sob a influência dos anjos malditos, cuja inveja, segundo os astecas, perturba o sossego da humanidade.

Por isso, as pessoas nascidas sob este signo usam os mais diferentes truques e técnicas para conquistar um lugar ao sol. Com alguma frequência, são pessoas que praticam magia negra e bruxarias.

Os homens de Chuva são desembaraçados, dinâmicos e sedutores. São galanteadores natos e facilmente conquistam as mulheres. Eles amam a vida e procuram vivê-la como se ela fosse uma inesgotável fonte de prazer. Geralmente concentram todo o seu talento em setores comerciais, pois possuem grande poder de persuadir, sabem blefar, são perseverantes e astutos. E compreensível, pois, o seu sucesso no mundo dos negócios.

As mulheres são levianas e inconstantes. Como os homens, procuram apenas satisfazer a si mesmas e não medem esforços e energias para isto. Costumam ser temidas pela língua ferina e não cultivam amizades sinceras.

É muito difícil satisfazer os nativos de Chuva, pois eles estão sempre descontentes e exigindo mais. Por este motivo, além de terem poucos amigos, as pessoas deste signo nunca estão contentes, mesmo que realizem suas conquistas egoísticas.